domingo, 12 de fevereiro de 2017

Batalha da Vida

Inspirados pelo tema "superação e persistência", discutido em sala de aula, os alunos do sétimo ano tiveram como proposta, escrever uma redação sobre o assunto. Com o nível excelente da turma neste início de 2017, tivemos um TOP 3. A redação abaixo foi a 2ª colocada


Batalha da Vida

Quando somos novos, quando estamos na fase da adolescência, nunca percebemos que qualquer coisa pode nos deixar à beira da morte. 

Julia Barreto era uma garota de treze anos de idade. Era normal como as outras, mas tinha uma coisa que a fazia ser diferente: ela tinha o coração puro. Julia Barreto amava futebol e não ligava quando diziam que futebol era coisa de menino. Era uma menina inteligente e tinha os famosos, mas bons amigos. Era uma menina comum, que não estava esperando nada, mas ela mal sabia que sua guerra estava para começar. 

Julia estava no escritório de seus pais, estudando, enquanto sua mãe trabalhava. Até que um pouco de sangue começou a escorrer de seu nariz. Ao chegar em casa, sua mãe pediu que ela virasse a cabeça. Então, de repente sua mãe fez algumas perguntas:

_ Julia, está sentindo dor de cabeça?
_ De vez em quando - ela respondeu

A mãe de Júlia retirou-se do escritório e foi em busca do telefone fixo. Logo em seguida, pediu para Julia avisar à sua professora que não iria à aula no dia seguinte. Passaram-se dezoito horas desde aquela conversa e já estava de manhã. Julia estava no carro, vendo as gotas de água escorrerem pela janela do carro. Chegando lá, Julia ficou lendo o nome dos especialistas e perguntou:

_ Mãe, o que é oncologista?
_ É um médico, com quem vamos conversar.
_ Tá, mas o que ele faz?

A mãe não olhou para o seu rosto e não respondeu mais nenhuma de suas perguntas. 

Julia fez seus exames e descobriu que tinha leucemia. Seu médico, o doutor cabeludo (era como ela passou a chamá-lo) explicou a ela como funcionava a leucemia. Ela o fez jurar que, se ela não tivesse cura, ele teria que raspar o cabelo. 

O tempo passou e ela estava diferente. Havia cortado seu cabelo, se sentia enjoada todo dia e, às vezes, seus amigos vinham visitá-la. Porém, tudo isso não a impedia de sair, jogar futebol com seus amigos, etc. 

Mais tempo se passou e seu cabelo caiu por inteiro. Ela não podia mais sair do hospital. Não dizem que a esperança é a última que morre? E em um coração tão grande quanto o dela, a esperança realmente foi a última a morrer. Porém, sua última gota de esperança secou quando o doutor cabeludo apareceu sem cabelo. Ela então se lembrou do juramento e disse:

_ O doutor cabeludo está sem cabelo. 

Os amigos de Julia souberam da notícia e fizeram uma linda homenagem. Ela assistiu seu último jogo de futebol: o time de leucemia contra o time da escola. Ela assistiu e então faleceu. 

E sabe o que todos pensam quando alguém diz seu nome? Persistência. Você sabe por quê? Porque durante todo esse tempo ela nunca desistiu, nunca desanimou, mesmo sabendo que estava à beira da morte ela nunca deixou de sorrir. 

Às vezes desistimos tão facilmente, não é? Desistimos porque não conseguimos comprar o que queríamos. Desistimos porque não ganhamos um jogo ou porque alguém foi melhor em tal esporte. Sabe o que eu acho? Que deveríamos parar pra pesar e refletir sobre o que realmente é PERSISTÊNCIA. 

Vitória Castro
7ºA

Uma cicatriz para vida toda

Inspirados pelo tema "superação e persistência", discutido em sala de aula, os alunos do sétimo ano tiveram como proposta, escrever uma redação sobre o assunto. Com o nível excelente da turma neste início de 2017, tivemos um TOP 3. A redação abaixo foi a 3ª colocada

Uma cicatriz para vida toda
Eu estava muito feliz porque o meu namorado, August, me pediu em noivado!

Nós nos conhecemos na delegacia onde meu pai trabalha. O August tinha começado a trabalhar lá e virado parceiro de trabalho do meu pai. Eles viraram amigos com o tempo e um dia o August me chamou para sair. Nós começamos a namorar e depois de dois anos ele me pediu em noivado.

Eu sou uma jornalista e ia em vários locais de crime e às vezes o August e meu pai estavam lá.

Cinco dias após o pedido estava acontecendo um crime com reféns e eu fui lá. Chegando no local, August e meu pai já estavam fazendo contato com o criminoso. Ele estava do lado de fora de uma loja de conveniência com uma arma em mãos, pronta para atirar quando ele achasse necessário. Me aproximei um pouco e fiquei perto do August. De repente, em uma fração de segundo, o homem perdeu o controle. Carregou a arma, mirou em mim e apertou o gatilho. August jogou-se na minha frente e levou o tiro no meu lugar.

Comecei a chorar e desabei completamente. Ligaram para a emergência, o homem foi preso e a ambulância chegou. Entrei nela e no caminho para o hospital e August disse:

_ Eu te amo muito! Você é a pessoa mais especial para mim!
_ Eu também amo você! - respondi, choramingando.

Logo que chegamos no hospital August teve uma parada cardíaca. Entrei em pânico e falei a ele para ficar comigo. Aguardei na sala de espera enquanto August estava em cirurgia. Meu pai chegou alguns minutos depois e ficou comigo. Não dá para explicar o quanto eu estava preocupada e desesperada.

O médico de August veio até nós e disse que o August não havia resistido. Ao ouvir essas palavras comecei a chorar novamente e abracei muito meu pai. Não consegui parar de chorar o caminho inteiro até em casa. Quando cheguei, fui até meu quarto e deitei. Papai veio logo em seguida falar comigo. A única coisa que eu conseguia dizer era "está doendo tanto!".

Meses depois ainda doía pensar nele, mas não tanto quanto antes. Agora eu tinha em mente que ele foi meu herói, meu amor e conseguia pensar nas lembranças boas e não achar tão assustador o nosso último dia. Digo que superei, finalmente, mas vai ter sempre uma cicatriz comigo.


Nicole Kalefi
7ºA

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Frederico e Marieta

Um reino muito distante era governado pela família Saturno, e ao lado, a família Plutão. Eles se odiavam, mas os filhos se amavam.
Um dia, a família Plutão deu uma festa de aniversário da sua querida princesinha Marieta, que ia fazer 16 anos. O príncipe de Saturno ficou sabendo da festa por um passarinho. 
Eles começaram a se amar mas, mas os pais nem um pouco, mas eles não estavam nem aí.

Giselle Borges - 4º Ano B

*Narrativa curta, proposta em uma atividade interdisciplinar, envolvendo as disciplinas de Artes e Redação. 
Clique para ver em tamanho maior

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O assassinato

Eu estava na aula, esperando ansiosamente o sinal tocar. Er aula de geografia, uma matéria que eu realmente não gostava. Finalmente, tocou o sinal de ir embora e fui voltando para casa à pé. 

Andar pela rua de noite era assustador. Estava escuro e fiquei com um pouco de medo. Cheguei em casa, minha mãe me abraçou e depois me perguntou como havia sido meu dia no colégio. Eu não queria ficar falando muito, então disse que tinha sido um dia como todos os outros. 

Fui para o meu quarto e logo peguei o celular e comecei a mexer. Fiquei um pouco preocupada porque meu pai ainda não tinha chegado do trabalho. Alguns minutos se passaram, vi meu pai estacionando o carro pela janela, fiquei um pouco mais tranquila, mas estranhei um pouco, pois ele sempre entrava no meu quarto e dava um beijo na testa, o que não fez.

Saí do meu quarto à procura de meu pai e minha mãe, não sei o que tinha acontecido, mas eles pareciam muito tristes. Meu pai então falou que nosso amigo, que era como parte da minha família, havia falecido no dia anterior, ao meio-dia. Ele era muito legal, queria conhecer o mundo inteiro e no momento de sua morte estava na Austrália, do outro lado do mundo. Ninguém poderia comparecer ao seu enterro.

No começo fiquei normal, mas com o tempo passando comecei a ficar triste e com saudade. Um dia pensei que, com minhas economias, poderia ir para Austrália e colocar pelo menos algumas flores em seu túmulo. 

Já tinha a ideia toda pensada, comecei a prestar mais atenção nas aulas de inglês, para me comunicar com os australianos. O dia chegou, peço autorização para os meus pais e foi muito difícil, tive que implorar, mas consegui! Só que tinha uma condição: a viagem aconteceria depois do meu aniversário, já que eu completaria 18 anos. 

Demorou um pouco, mas aqui estou, na Austrália. Fui para a delegacia com uma mochila nas costas, na minha mão a foto do meu amigo. Perguntei sobre ele, perguntei como ele morreu, mas o delegado disse que havia sido de alguma doença. Só que eu não acreditei. Saindo da sala do delegado um outro policial veio em minha direção.

O policial disse que o caso não tinha sido completamente resolvido, me mostrou até a ficha do meu amigo, não tinha quase nada, só o nome e o endereço da casa dele. Então resolvi ir até o endereço e perguntei aos vizinhos o que eles sabiam. Todos disseram que não viram nada, mas um disse que escutou gritos na noite de sua morte e eu logo pensei que podia se tratar de um assassinato!

Comecei a procurar pistas, fiquei muito tempo procurando e descobri que meu amigo na verdade havia sido envenenado com um um veneno que quase não deixava rastros. Por algumas câmeras das ruas, vi que no momento de sua morte a janela estava aberta e alguém tinha atirado com uma arma o dardo de veneno que pegou bem em seu peito. Nas fotos que o policial me mostrou, já com o corpo morto, estava uma cicatriz bem em seu  peito. 

Então pensei: "quem poderia entrar na sala onde o corpo estava? O que ele fez para ser morto desta maneira?". Fiquei um bom tempo pensando e como um flash lembrei que certa vez meu amigo tinha dito que tinha um amigo delegado na Austrália. Desconfiei do delegado que eu tinha conhecido, fui até outra delegacia e contei tudo o que eu sabia. Os policiais investigaram e viram que eu estava certa, então prenderam o delegado. Eu finalmente consegui ir ao túmulo do meu querido amigo com as flores que ele tanto gostava. Fiquei triste, mas sabia que agora ele descansava em paz. 


Iris Sedna
6ºB

Racismo na metrópole

Um menino lindo por fora e por dentro, mas que nem sempre teve a beleza reconhecida. Negro. Seus olhos transbordam esperança e seu rosto estava sempre tomado por um sorriso encantador - embora nem sempre verdadeiro. Marlon sempre foi especial, ele sempre teve uma facilidade muito grande em esquecer do que não lhe fazia bem. Talvez tal "dom" se devesse ao fato da inúmera quantidade de coisas que ele era obrigado a esquecer, pois não lhe faziam bem, o que mais doía era a pessoa que lhe machucava. 

Luíza, a menina mais linda do mundo, vista pelos olhos dele. Pena que nunca lhe daria uma chance. O motivo? Todos voces já sabem: ele era negro. Certo dia, na escola, a professora perguntou a todos os alunos se eles tinham um sonho e qual era. Uns ficaram quietos, outros responderam. Marlon, como sempre, se perdeu em seus próprios pensamentos. É claro que ele tinha um sonho, ele queria ser médico, assim poderia ajudar todo mundo. A aula acabou, ele estava terminando de guardar seu material, quando é pego por Luíza:


_ Ei, Marlon! - ela chama, do meio do grupinho - Você tem um sonho?


O menino, confuso e surpreso pela abordagem, pisca algumas vezes tentando assimilar a pergunta e assente. 

_ No mínimo deve ser ter uma gangue de "trombadinhas" como você! - ela ri, sendo acompanhada pelas outras crianças. E continua - Pretos não sonham! Vocês não tem esse direito! - ela diz e sai seguida pelas risadas. 

Aquela havia sido a gota d'água. Entre sorrisos falsos, piadas de mau gosto e lágrimas teimosas, ele decide que chegou a hora. 


7º, 8º, 9º ano. 1º, 2º e 3º colegial. Cursinhos. Namoro. Faculdade. Nossa! Ele passou! Anos de estágio e agora emprego garantido. Noivado. Casamento e viagens para o exterior, ele sem dúvidas se tornou um excelente profissional.


Hoje, depois de 20 anos, sentado em sua mesa à espera do próximo paciente, ele reconhece Luíza aos prantos na sala ao lado. A então publicitária tinha descoberto há pouco um tumor no cérebro e, desesperada, foi procurar a ajuda de um dos melhores cirurgiões do país. 

Um misto de surpresa e vergonha tomam a face de Luíza ao entrar na sala do 'tal' cirurgião e se deparar com Marlon. Ele lança um sorriso acolhedor à paciente. Eles iniciam a consulta e ela finge não reconhecê-lo. A cirurgia para remoção do tumor é marcado e a equipe é escalada.

O dia chega e Marlon se prepara. Faz uma das melhores cirurgias de sua vida e faz questão de não cobrá-la. Ao saber que estava curado, Luíza sorri e agradece, mas antes de ser liberada, ele a para:

_ Luíza, você lembra na 6ª série, quando me perguntou se eu tinha um sonho e disse que pretos não sonham? Sabe o que eu aprendi nesses dez anos de carreira? Que sonhos não tem cor! 


Carolline Bittencourt
8ºB 2016